Do curso: Diversidade Cultural nas Comunicações: Como Conversar Sobre Assuntos Delicados

Reaja com empatia

Quando alguém compartilha uma experiência pessoal difícil com você, qual é seu primeiro instinto? Como você costuma reagir? A maioria das pessoas vai direto para o modo de solução de problemas e responde com conselhos. É o tipo de resposta mais comum. As outras respostas comuns são questionar, mostrar empatia e ser crítico. Embora não seja muito usada, uma resposta com empatia é a melhor opção, principalmente quando a experiência difícil compartilhada está ligada à cultura ou origem da pessoa. Vamos analisar como seria uma resposta com empatia e por que os outros tipos de solução não são ideais. Primeiro, escute sem distrações. Se uma pessoa estiver dividindo uma experiência frustrante ou desagradável e você parecer distraído ou desinteressado, os sentimentos dela só vão piorar. Demonstre atenção total à pessoa. Corrija sua linguagem corporal. Fique de frente para a pessoa, na mesma posição dela. Se ela estiver sentada, sente-se. Se estiver de pé, também fique em pé. Balance a cabeça para mostrar que está ouvindo. Enquanto escuta, valide os sentimentos e experiências da pessoa. Não estou dizendo que você precisa ficar do lado dela, mas reconheça na conversa que você entende a situação e que a pessoa se sente assim. Você não vai avaliar nem tomar partido. Vai reconhecer uma experiência. Lembre-se de que nem sempre é um bom momento para comparar experiências negativas. Eu não começaria falando sobre uma experiência parecida para que a pessoa se identificasse. Não é hora disso, porque a conversa não é sobre mim. Por fim, ofereça apoio. Pode ser simples, como dizer “estou aqui se precisar conversar” ou perguntar “tem algo que eu possa fazer para ajudar?”. Veja um exemplo prático de uma resposta com empatia. – Oi, Jana, como vai? – Estou ótima. – Mesmo? Você parece diferente. – Bem, estou um pouco irritada. – Qual é o problema? – Acabei de voltar de outra reunião com Arnaldo. Juro que ele me interrompe toda vez que falo. Ele não faz isso com mais ninguém da equipe. – Nossa, que chato. – É, você não faz ideia. Não sei por que fico aborrecida. – Eu entendo porque você está chateada. Há algo que eu possa fazer? Nesta situação, veja que Sandra não usou nenhuma frase extravagante, não falou muito nem demonstrou muita emoção. Não é preciso. Reagir com empatia pode ser simples e fácil. Vamos falar dos tipos de resposta não ideais – questionar, ser crítico e dar conselhos. Primeiro, uma resposta questionadora. Quando perguntamos a uma pessoa se ela tem certeza de que algo aconteceu, não estamos apenas pedindo um esclarecimento inocente. Estamos duvidando da história dela ou desconfiando de sua perspectiva. Pessoas desacreditadas logo se sentem isoladas e desvalorizadas. Em segundo lugar, ser crítico. Existe hora e lugar para críticas, e quando um colega está dividindo uma experiência difícil, não é a hora certa. Aliás, a crítica costuma ser vista como uma forma de culpar a vítima, mesmo que não seja essa a intenção. Afirmações como “talvez você não devesse estar na rua a essa hora” apenas pioram as coisas. Por fim, vamos falar sobre conselhos. A menos que a pessoa claramente peça um conselho sobre o que fazer, resista ao impulso de dar sugestões. Provavelmente ela está dividindo sua experiência como forma de expressar sua frustração. Então, reaja mostrando empatia. Na verdade, é bem mais fácil. Basta ouvir com atenção, validar os sentimentos dela e oferecer apoio.

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